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Metas do ano: abrir as portas, crescer e inovar

Metas do ano: abrir as portas, crescer e inovar

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Depois de temporadas de estudo e aprendizado, Ronan Zanesco abriu a Pallazo by Ronan Watchmaker

A paixão por relógios é antiga. Com apenas oito anos, Ronan Zanesco brincava de ser relojeiro e tinha o irmão como “cliente”. Quando a família ganhou um relojeiro como vizinho, isto inspirou ainda mais o garoto. “Falei para minha mãe que estudaria, mas que trabalharia com relógios”. 

Depois de concluir o ensino médio, Ronan até prestou vestibular, mas como a aprovação não veio, arrumou as malas e cruzou o oceano em busca do sonho de infância. Durante os cinco anos em que morou em Londres, na Inglaterra, trabalhou na Cartier e na Rolex, duas marcas de relógios de luxo reconhecidas e desejadas. 

De volta ao Brasil, abriu a Ronan Relojoeiro, especializada em assistência técnica, manutenção, reparos e ajustes de relógios. Não demorou para que o local se tornasse referência para colecionadores e para quem despende cuidado especial com as peças do dia a dia.

O prestígio é fruto de investimento e dedicação que se renovam anualmente. No primeiro semestre de 2024, o relojeiro passou mais uma temporada em Londres se aperfeiçoando. “O ano passado foi um período de superação e crescimento, em que investi em conhecimento técnico e tecnológico. Esse esforço permitiu expandir e aprimorar o atendimento aos clientes”, diz. 

A experiência abriu caminho para a Pallazo by Ronan Watchmaker, loja que será inaugurada este mês no Le Monde - Centro Empresarial de Maringá para expandir e fortalecer o posicionamento da marca no nicho de relógios suíços. 

“Eu e meu sócio, Diego, decidimos criar uma nova versão da loja, que integra a revenda de relógios de alto padrão e serviços de manutenção para oferecer uma experiência completa e sofisticada”, explica. 

O endereço foi escolhido pensando no perfil do público-alvo e passou por reforma, o que resultou em um ambiente inspirado na arquitetura europeia. “Nosso objetivo é criar um ambiente que proporciona conforto e experiência. Por isso priorizamos a sofisticação, que reflete a elegância e a exclusividade dos relógios suíços, sem deixar de lado a segurança e a praticidade do estacionamento”. 

Além de arquiteto, os sócios contrataram um designer para garantir a identidade visual para a nova marca. No total, o investimento foi de R$ 180 mil, e a previsão de retorno é de 12 meses. “Costumo planejar o próximo ano estabelecendo objetivos claros. Neste ano as metas incluem expandir o alcance da marca, diversificar o público e consolidar o conceito da loja. Pretendo investir em capacitações nas áreas de relojoaria e gestão de negócios”. 

 

Cantinho mineiro 



Inspirada na saudade da terra natal, ainda neste trimestre Luciana Scalon vai inaugurar a franquia do Empório Coisas de Minas

Aos poucos o imóvel localizado na avenida Paraná, 465, vai se transformando para trazer à cidade o aconchego da roça. O estilo rústico prevalece no ambiente onde funcionará o Empório Coisas de Minas, franquia mineira que chega à Maringá trazida pela também mineira Luciana Scalon e o marido, Fabiano Talamini. 

Morando em Maringá desde 2020, o casal começou a idealizar a abertura de um empório há um ano para amenizar a saudade da terra natal. Inicialmente, a ideia do casal era estruturar o próprio negócio, mas depois de estudar o mercado, a opção da franquia se mostrou mais viável. “Para começar do zero teríamos que dedicar tempo para estruturar o plano de negócios, negociar com fornecedores, criar cardápios, logística e plano de marketing. Na franquia, o know how é repassado aos franqueados de forma estruturada, com suporte para formatação do negócio”, explica Luciana, que é proprietária da Feci Assessoria em RH. 

Já a escolha pela franquia foi mais fácil. Prevaleceu a estreita afinidade de história e ideais com as do casal idealizador do Empório Coisas de Minas. “Os proprietários iniciaram o negócio próprio em São Paulo no formato que eu idealizava, ou seja, por meio de uma loja no estilo empório. Meu objetivo era trazer para Maringá as comidas deliciosas da região do Triângulo Mineiro, em especial de Uberaba, onde nasci”, conta. 

Prestes a realizar o sonho, Luciana planeja para março a inauguração do espaço que contará com cafeteria temática. Para ficar com a ‘cara de vó’, o imóvel está em reforma. “Haverá também um espaço intimista e reservado para pequenos eventos, treinamentos ou reuniões, além de espaço kids e cantinho para música ao vivo”, detalha. 

O investimento gira em torno de R$ 500 mil e a expectativa de retorno é de 24 meses. Mesmo esbanjando confiança, a empreendedora sabe do desafio que tem pela frente, principalmente nos dois primeiros anos. Para superar a barreira, crucial a qualquer negócio, ela aposta no suporte da franqueadora. “Esta parceria permite conhecer antecipadamente os desafios e identificar alternativas viáveis. Além disso, nosso trabalho diferenciado de gestão, acompanhamento da operação e execução das estratégias planejadas nos fortalecerá para este período”. 

Tão logo o faturamento almejado seja alcançado, Luciana não descarta a expansão do negócio para a região. “No Paraná esta é a primeira loja da franquia e temos expectativas positivas de crescimento”, conclui. 

 

Negócio inovador



Depois de detectar uma necessidade, Amanda Rocha Faci e Sérgio Faci abriram o Lava Thru em Maringá, lava a jato automatizado

Quem também começou 2025 otimista é a empresária Amanda Rocha Faci. Com o marido e sócio Sérgio Faci, ela idealizou o Lava Thru em Maringá, o primeiro lava a jato automatizado da região. 

O modelo de negócio foi desenvolvido pelo casal. Foram dois anos de estudos, planejamento e desenvolvimento até a inauguração em novembro passado. Lá é possível lavar, secar e encerar o carro em apenas três minutos. A ideia de oferecer praticidade surgiu de uma necessidade própria. “Hoje quase tudo pode ser feito por aplicativo. Pedimos comida por aplicativo, os supermercados têm caixa de autoatendimento e há lavanderias automatizadas, mas o serviço de limpeza segue o modelo tradicional de deixar o carro por algumas horas para lavar. Isto era uma dificuldade que sentíamos por causa das nossas agendas. Foi aí que pensamos em desenvolver um negócio de lavagem automatizada”, conta Amanda. 

A inspiração veio dos Estados Unidos e da Europa, onde a cultura do autoatendimento – ou self-service, em inglês – é forte. Já a máquina foi importada da China após trocas de e-mails e consultas com diversos fornecedores. “Num primeiro momento precisávamos entender o funcionamento da máquina e escolhermos as funções”, explica a empresária. 

O equipamento foi adquirido em dezembro de 2023 e chegou ao Brasil em agosto de 2024. O processo de montagem e ajustes levou alguns meses. “Tivemos percalços, mas conseguimos resolver. E mesmo agora, já em funcionamento, continuamos avaliando a possibilidade de adaptação e implantação de funções”. 

O Lava Thru está localizado na avenida Colombo: o antigo imóvel foi demolido e deu lugar a um prédio equipado com sistemas de reciclagem e filtragem da água, além de área para a aspiração de veículo. 

O casal investiu cerca de R$ 2 milhões e estima retorno entre 24 e 36 meses. Há planos individuais e de assinatura para todos os bolsos, que variam de acordo com o serviço contratado. “É um negócio desafiador porque não havia referências no mercado brasileiro. E não dá para copiar um modelo sem adaptar a nossa realidade porque há as questões comportamental e cultural, as regras trabalhistas locais e o custo do negócio por conta dos insumos. Tivemos que estudar muito e antes da inauguração elaboramos um manual do modelo de negócio que facilita e garante a rentabilidade da operação”. 

O manual, aliás, abre caminho para o próximo passo almejado pelo casal: transformar o Lavra Thru em franquia. A ideia é iniciar o processo de franchising no segundo semestre. 

Amanda, que é franqueada de outra marca, conhece e exalta os benefícios do modelo que oferece suporte contínuo e processos definidos. “Já apareceram pessoas interessadas em se tornar franqueadas. Isso reafirma o potencial do negócio”, finaliza. 

 

Loja em Porto Rico


Algacir Scoqui, da Revest, que inaugurou loja em Porto Rico num imóvel alugado enquanto constrói o espaço próprio

Embora em funcionamento desde dezembro passado, a primeira loja própria da Revest em Porto Rico, cidade do noroeste do Paraná, será oficialmente inaugurada no primeiro semestre de 2025. Até lá, a obra do prédio de 750 metros quadrados, erguido em um terreno localizado na rua Rio Javali, deve estar concluída. 

“Tínhamos presença importante em Porto Rico por meio de parceiros e, nos últimos três anos, também por meio do nosso showroom. Entretanto entendemos que chegou a hora de ter uma loja própria na cidade. Alugamos um espaço e abrimos as portas enquanto construímos o nosso próprio espaço”, explica o diretor comercial, Algacir Scoqui. 

A Revest chega à cidade localizada às margens do Rio Paraná em um momento de valorização do mercado imobiliário, impulsionada pelo apelo turístico das prainhas de água doce. “O setor de construção civil está aquecido, e não apenas em Porto Rico, mas em toda a região. As expectativas são realmente boas”, afirma o diretor. 

A loja de Porto Rico é a quarta da Revest, sendo que as outras três ficam em Maringá, Sarandi e Paranavaí. A marca conta ainda com duas boutiques. A ideia é expandir esta presença, mas a abertura de lojas é um projeto para 2026. Antes, estão previstos investimentos na matriz e no Atelier Portinari.

“Em 2025, vamos revitalizar e modernizar a fachada da matriz. Será um investimento alto. Também faremos uma reforma no Atelier, que fica na avenida Gastão Vidigal. Estes dois projetos estão programados para este ano”, adianta.   

Além das obras, o planejamento do ano inclui as tradicionais participações em feiras do setor de materiais de acabamentos, a oferta das novidades de mercado e as trocas dos showroons.

Há 28 anos no mercado, um dos pilares da Revest para fidelização, segundo o diretor, é justamente o amplo estoque e a rápida oferta das novidades do mercado. A agilidade é possível por conta do planejamento anual, tanto financeiro como de expansão e modernização da marca. “Mesmo em cenários econômicos de incertezas, como o atual, é preciso fazer previsões e prospectar negócio. É só assim que é possível crescer e concretizar sonhos”, conclui Scoqui. 

 

Metas e planos definidos



“Não que seja errado estabelecer metas anuais, porém fracioná-las é uma estratégia eficaz no que diz respeito à melhora de foco e constância”, diz o consultor Humberto Oliveira

O processo de empreender um negócio, exige um plano de ações alinhado às metas e objetivos definidos. “Não ter uma meta é como sair para uma viagem sem destino. Neste cenário é normal haver perda de foco, produtividade e até consequências mais graves como a perda do propósito organizacional, o que afetará diretamente a cultura e consequentemente à saúde da empresa”, alerta o consultor Humberto Oliveira, especialista em Resultados e Alta Performance. 

Embora muitos se dediquem a esta tarefa anualmente, principalmente no final de cada ano vislumbrando o ano seguinte, Oliveira recomenda estabelecer metas trimestrais e diz que o melhor momento para criar uma meta é imediatamente após a concretização da anterior. 

“Não que seja errado estabelecer metas anuais, porém fracioná-las é uma estratégia eficaz no que diz respeito à melhora de foco e constância, pois além de trazer o senso de direção à tona, ativa nosso sistema dopaminérgico por meio das sensações de realização/recompensa dentro de um prazo mais curto”, ensina o consultor. 

 

Falta de planejamento

Segundo Oliveira, a maioria dos empreendedores já entendeu a importância de criar e estabelecer metas para o negócio, mas ainda falha na hora de elaborá-las. Muitas empresas, por exemplo, embarcam na jornada de expansão sem um plano estratégico. Essa falta de planejamento pode resultar em gastos desnecessários e entrada em mercados não lucrativos. 

“O que vejo são três erros básicos cometidos por vários empreendedores e empresários, em especial quando se trata de abertura de filiais ou até de franchisning. Eu o chamo de ‘erro MML’: momento, modelo e localização”, cita Oliveira. 

Em relação ao momento, ele explica que antes de abrir uma filial é preciso corrigir os erros das unidades abertas. Quanto ao modelo, há empresas que superestimam suas capacidades e subestimam os custos ao entrar em novos mercados. O resultado é muitas vezes um acúmulo de dívidas crescentes e problemas operacionais. “É possível administrar as finanças de uma pequena casa com caderno e caneta. Porém o mesmo modelo se torna impraticável quando se tenta administrar uma S/A com 1,5 mil funcionários. Quem deseja crescer, precisa ter a consciência de que o próximo nível trará novas exigências, novos processos, novos modelos e adaptações”.

Por fim, a localização vai além da escolha de um ponto, passa por pesquisa detalhada sobre a cultura do local. “Por mais consolidada que uma marca de sopa possa ser, abrir uma unidade no Rio de Janeiro pode significar falência visto que, ainda que muitos cariocas apreciem sopa, o consumo é em média uma vez ao ano, enquanto no Sul onde a empresa tem a sede instalada, o consumo salta para incríveis 15 a 20 vezes ao ano”, exemplifica. 

 

Mensuração

Para evitar tropeços, é fundamental transformar objetivos em algo específico e mensurável. Não menos importante é estabelecer prazos para a concretização da meta e avaliar os recursos e ações para o cumprimento.

“Toda meta/objetivo surge primeiro na mente e no coração de alguém, e limitar-se a fatores externos neste momento é um desperdício de oportunidades e recursos. Para se criar uma boa meta é necessário o entendimento da fórmula: M=V/TxR, ou seja, meta é igual a visão, dividida pelo tempo e multiplicada pelos recursos necessários”, pontua.

Outra dica valiosa do consultor é recorrer à ajuda de profissionais, algo que pode encurtar o trajeto. “Os maiores líderes mundiais têm e sempre tiveram mentores e consultores à volta. Não entendo a necessidade de alguns de sofrer tanto a sós quando, com ajuda certa, poderiam conquistar em meses resultados que levariam anos”, conclui.