No Brasil, 90% das empresas têm perfil familiar e são responsáveis por 75% dos empregos. É o que revela uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica (IBGE). Mas, por outro lado, este tipo de negócio enfrenta desafios na sucessão: segundo levantamento do Banco Mundial, apenas 30% das empresas familiares chegam a terceira geração.
Para além da preparação dos herdeiros, é preciso profissionalizar a gestão, e isto não é exclusivo das grandes empresas. As micro e pequenas também precisam investir em planejamento, indicadores, inovação e, principalmente, numa transição harmoniosa. E aqui valem as regras de separar contas fÃsicas e jurÃdicas, dividir funções e discutir assuntos domésticos em casa e profissionais no ambiente de trabalho. Na teoria parece fácil, mas quem tem uma empresa familiar sabe que quase sempre o almoço de domingo ou a festa de famÃlia vai envolver assuntos do negócio.
E digo em causa própria. Meu filho mais velho será meu sucessor e trabalhamos juntos em duas empresas que têm outros sócios. Contamos com uma consultoria e temos feito um amplo trabalho para garantir relações harmoniosas nas empresas, com a equipe e parceiros, e em casa, com o restante da famÃlia. É um relacionamento diário, mas também gratificante, porque trabalhar ao lado dos filhos significa, quase sempre, ter os mesmos valores e o desejo sincero de crescer.
Mesmo diante de desafios, os negócios familiares contam com a dedicação dos empreendedores, afinal a famÃlia depende da empresa. Também é mais difÃcil o empresário mudar de emprego, como acontece com profissionais contratados, por isto, o planejamento costuma ser de longo prazo. Mas aà há o desafio de também pensar o negócio no médio prazo, e isto passa necessariamente por uma gestão profissionalizada.
Cursos e palestras como os oferecidos pela Acim, consultorias e programas de gestão dão uma ajuda e tanto. Procurar ajuda e ter um olhar de um terceiro para o negócio são sempre bem-vindos. Afinal, a famÃlia toda quer prosperar como famÃlia e como empresa.