Ernando Ciscouto Pauliqui Peluso faz parte do núcleo de Consultores, do Empreender
A possibilidade de ajudar empresas a estabelecer indicadores, tomar decisões assertivas e produzir com eficiência levou o engenheiro de produção, especialista em Gestão Industrial e Negócios, Ernando Ciscouto Pauliqui Peluso a atuar como consultor. “Muitas empresas estão desorganizadas por falta de informações fundamentais, como margem financeira por produto/serviço e margem líquida mensal. Então, nasceu o desejo genuíno de ajudar os empresários a desenvolver os processos de gestão para obter, de fato, resultados”, afirma.
Após três anos de atuação, Peluso deu mais um passo rumo ao propósito e abriu, em 2017, a Vexor Consultoria Empresarial, do qual é sócio e diretor comercial. “Desenvolvemos um trabalho específico para cada cliente e, assim, conseguimos identificar a capacidade produtiva, além da conversão de clientes, aumento do faturamento, entre outros dados essenciais para análise e tomada de decisões”, explica.
Exemplo disso é uma indústria que o procurou este ano com o objetivo de implantar o Planejamento e Controle da Produção (PCP). O gestor, porém, não sabia o que deveria produzir naquela semana nem o que tinha em estoque. “A empresa estava realmente precisando de ajuda, porque essa falta de informação gerava recorrente atraso de produção por fazer pedido de matéria-prima em cima da hora, estourando o prazo de entrega para o cliente. Implantamos um PCP que gera ordem de produção e de prioridade de forma automática. Os resultados foram positivos, facilitando a gestão e o dia a dia dos colaboradores”, destaca.
O consultor cita que é comum realizar a implantação de rotina de gestão financeira, além de contribuir para a otimização de indicadores, melhora de processos e a criação de definições formais de como as tarefas devem ser executadas. “Na pandemia também começamos a prestar serviço de forma remota, o que nos permitiu atender empresas de todo o Brasil. Hoje o cliente mais distante fica a 2,4 mil quilômetros, em Apiacás/MT”, comenta.
Há dois anos o empresário observa aumento da procura pelos serviços. São pequenas empresas de diferentes segmentos em busca de auxílio para superar a crise financeira e as mudanças do mercado. “Muitos negócios estavam com custo de produção alto e sem caixa para aguentar a crise provocada pela pandemia. Para as empresas é um desafio sair da zona de conforto, mas com as nossas propostas de mudanças de processos, os empresários percebem que o dia a dia fica mais fácil, eficiente e os resultados são positivos tanto em produtividade quanto nas finanças”.
E se de um lado Peluso ajuda os clientes com sua atividade profissional, do outro, ele é ajudado ao participar do núcleo de Consultores, do Empreender, desde 2018. O empresário ingressou no grupo para conhecer a realidade do segmento e de outros consultores e fazer networking. “Foi uma ótima decisão porque o núcleo sempre nos ajudou. Adquiri conhecimento, há relevante troca de experiências sobre dificuldades, estratégias e conquistas, e ainda fiz amizades e parcerias para a execução de projetos em conjunto”, afirma.
Assessoria em turismo
Roberto Galbiatti, sócio do Hotel Fatti, é um dos membros do núcleo de Gestão Estratégica
O sócio do Hotel Fatti, Roberto Galbiatti, também tem sido beneficiado desde que começou a participar do núcleo Gestão Estratégica, em 2019. No início o grupo era chamado de Eneagramados e buscava estratégias para lidar com os diferentes perfis de clientes. “Com o tempo passamos a conversar sobre dificuldades de gestão e o núcleo mudou de nome. Essa prática ajuda não só os integrantes, mas nos ajuda a auxiliar pessoas”, conta.
A troca de informações e a participação em cursos, palestras, programas de acompanhamento e rodada de negócios, proporcionadas pelo Empreender, contribuíram para o desenvolvimento profissional de Galbiatti e o crescimento da empresa. Só que todo esse conhecimento, somado aos mais de 30 anos de experiência no ramo de hotelaria, não ficou guardado com ele: o empresário assessora clientes, amigos e conhecidos que o procuram em busca de diretrizes para os negócios ou para abrir pousadas, clubes de pesca e até hotéis em outras cidades.
“São pessoas que atuam ou querem atuar na área turística e estão pesquisando o mercado, listando fornecedores e avaliando lugares para comprar instalações, programa de gestão, entre outros. Muitas vezes, eu e meu irmão, que é meu sócio, prestamos gratuitamente consultoria, coach e até mentoria. Foram muitos os resultados positivos, frutos dessas conversas”, afirma.
Galbiatti também presta auxílio extra aos hóspedes, principalmente aqueles que desejam mudar ou encaminhar os filhos para estudar em Maringá. “Por não conhecerem a cidade, pedem indicação de imobiliária, de profissionais da construção civil e de manutenção e até de preços praticados no mercado local. Procuramos sempre ajudar e muitos, ao efetivar os seus planos e sonhos, voltam para tomar um café e agradecer”, conta.
Mais do que estética
Carl Kawasaki conta que no núcleo de Design o grupo difunde o papel do design e de que forma o setor pode contribuir para gerar diferencial às empresas
Para o consultor de desenvolvimento de designer de produto Carl Kawasaki, que também é responsável pela impressão e escaneamento 3D do Instituto Senai de Tecnologia em Metalmecânica, a forma de contribuir para o desenvolvimento da gestão dos clientes foi o design estratégico. Formado em Desenho Industrial com habilitação em Design de Produto e especialista em Gestão Estratégica e Design Contemporâneo pelo Kyoto Institute of Technology do Japão, ele diz que a profissão lhe chamou a atenção pela possibilidade de, efetivamente, cooperar com a eficiência e os resultados das empresas.
“Faz 15 anos que atuo na área e seja na criação de design de produto, gráfico ou de serviço, busco considerar diferentes fatores de gestão. Ao desenvolver um produto para indústria, por exemplo, avalio itens como matéria-prima e processos de fabricação para obter o menor custo e maior valor agregado para impactar positivamente a gestão e o faturamento”, explica.
Kawasaki destaca que, no processo de criação, analisa embalagem, comunicação da marca e experiência do usuário. Além disso, identifica produtos de concorrentes para verificar o que há de bom e ruim no mercado, e a partir daí busca melhorar ou fazer diferente. “O design não se resume à estética, abrange usabilidade, solução de problemas e como impactar tanto a gestão da empresa quanto a vida das pessoas”, frisa.
Um projeto que Kawasaki participou da criação foi o leito robótico específico para Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Com metodologia de observação do usuário, a equipe de desenvolvimento, tanto de design quanto de engenharia, passou dois dias em uma UTI para entender os problemas. “O trabalho passou por longo percurso de aprovação e validação, mas resultou em um projeto inovador que rendeu patente em vários pontos do equipamento e dois relevantes prêmios nacionais concedidos pelo Museu da Casa Brasileira e pelo Brasil Design Awards”, comemora.
Para se manter atualizado e em contato com profissionais do setor, Kawasaki integra o núcleo de Design. Inclusive, o propósito do grupo é transmitir o papel do design e de que forma o setor pode contribuir para gerar diferencial às empresas. “Tem sido positivo, porque além das conexões com colegas da área, apresentamos a relevância do nosso trabalho para outros núcleos. A pandemia e o processo de retomada econômica nos favoreceram porque os empresários estão mais conscientes e sedentos por melhorias e inovações”, ressalta.
Produtividade e preço
João Vitor Zanin Garcia é presidente da agência júnior Adecon, da UEM, e recentemente passou a fazer parte do Copejem
Ainda cursando graduação de Ciências Econômicas e com anseio de potencializar negócios, João Vitor Zanin Garcia passou a integrar a equipe de consultores da Adecon Consultoria Empresarial. Em apenas dois anos avançou para o cargo de diretor de marketing e, atualmente, é presidente da empresa júnior da Universidade Estadual de Maringá (UEM). “Adquiri experiência e conhecimento e, agora, atuo com execução e disseminação de estratégia e cultura organizacional, promovendo a formação de lideranças e representatividade institucional”.
De acordo com Zanin, as principais queixas dos clientes da Adecon estão relacionadas à gestão, principalmente por falta de indicadores de resultados e dificuldade em conhecer a viabilidade de um novo negócio ou projeto. “Alguns também apresentam questões sobre como alcançar clientes, como saber se a empresa está sendo produtiva, se os colaboradores têm alcançado o potencial máximo e como fazer gerenciamento financeiro de qualidade”, cita.
Um exemplo de como a equipe da Adecon tem contribuído para o desenvolvimento da gestão vem da pizzaria Jacaré Vermelho, que procurou o auxílio para obter conhecimento sobre o público-alvo, tanto em relação ao hábito de consumo do produto quanto sobre o valor que o consumidor estaria disposto a pagar. “Realizamos pesquisa de mercado, a pizzaria inovou no estilo de consumo e agradou o público, tanto que em um ano foi eleita a melhor pizza de Maringá pelo Maringá Festival Food, na categoria técnico e especialista”, destaca Zanin.
Na avaliação do consultor, um dos grandes desafios do setor de serviço é desenvolver o pensamento crítico. “Manter a mente focada em soluções e não em problemas acaba sendo um exercício que precisa ser persistentemente praticado não só pelos empresários, mas pelos consultores, afinal estamos nos empenhando para resolver a ‘dor’ das empresas”, frisa.
Zanin também ingressou no Copejem neste ano. “O empreendedorismo, o desenvolvimento de lideranças e a conscientização da população maringaense sobre temas empresariais fazem sentido para a Adecon e para a sociedade que buscamos impactar”, afirma, ao acrescentar que a sua participação também visa a representação da empresa júnior no grupo de jovens empresários.
Entre os cerca de 60 núcleos do programa Empreender, o maior da América Latina voltado para pequenas empresas, há vários dedicados à área de gestão, que é tema desta reportagem. No Empreender, os integrantes se reúnem quinzenalmente, trocam experiências e discutem soluções para problemas comuns do setor, tudo com acompanhamento de um consultor da ACIM e sendo necessário apenas ser associado. Para participar, é preciso entrar em contato pelo 0800 6009595. Se não houver um núcleo setorial do segmento, os consultores ajudam a criar.
O leitor pode conferir a relação de empresas que integram os quatro núcleos setoriais desta reportagem em www.acim.com.br/empreender#nucleos