No escritório Veríssimo e Viana Advogados a equipe é incentivada a doar sangue e a arrecadar alimentos e brinquedos; há um ano, empresa estruturou o setor social, conta o sócio Rafael Veríssimo
O clássico trio missão, visão e valores nunca esteve tão em alta na promoção da reputação. A essência de um negócio, que chegava a ser esquecida no papel, agora é indispensável, porque ações responsáveis trazem caráter representativo para a marca e levam o consumidor a se sentir bem com a escolha, em vez de apenas satisfazer uma necessidade de compra.
A tendência tem sido impulsionada pelo crescente número de consumidores conscientes: a pesquisa ‘Vida Saudável e Sustentável 2021: Um estudo global de percepções do consumidor’, da GlobeScan e Akatu, revela que 85% dos brasileiros desejam reduzir seu impacto individual sobre a natureza. O percentual está acima da média mundial, de 73%. Por outro lado, a avaliação da responsabilidade socioambiental das empresas brasileiras pelos consumidores não é positiva.
Para melhorar esse indicador e obter diferencial, muitas marcas perceberam a importância de realçar a ética e o lado humano do negócio por meio do marketing social. O escritório Veríssimo e Viana Advogados, por exemplo, desde que foi fundado, em 2014, incentiva os 15 colaboradores a participar de campanhas de doação de sangue, alimentos e brinquedos, mas há um ano começou, de fato, a estruturar um setor social, nomeando dois profissionais para escolher e organizar projetos que reflitam os valores da empresa. “Práticas de responsabilidade social, ambiental e de governança, o ESG, são essenciais e estão em alta. Por esse motivo, o marketing social terá um papel de relevância tanto para o posicionamento das empresas perante a comunidade quanto para a conquista de clientes em potencial. Além disso, é uma boa ferramenta para que as organizações percebam o papel social, que vai além da geração de emprego”, avalia o sócio Rafael Veríssimo.
Para este ano, a empresa vai manter a participação em campanhas beneficentes e de doação de sangue, e planeja um projeto de cunho ambiental para a limpeza e restauração de leitos de rios. O escritório também adota práticas internas com a finalidade de economizar recursos naturais, como a aquisição de papel sulfite com certificação ambiental e a substituição das lâmpadas incandescentes por LED.
Para Veríssimo, os resultados desse posicionamento estão relacionados à construção de uma consciência coletiva, baseada na premissa de que uma sociedade melhor também depende de empresas que exerçam função para além do lucro. “Esse propósito tem unido e engajado toda a equipe, de modo que os maiores beneficiados somos nós enquanto humanos”.
Transformação
“Os colaboradores demonstram estar felizes em participar de ações sociais”, conta Glédison Sarache, da VG Educacional, que já doou quase R$ 1 milhão em materiais para uma ONG
Contribuir para o propósito de transformação social, dando oportunidade para os colaboradores é o que também motivou a VG Educacional, especializada na produção de materiais didáticos para o ensino a distância, a ingressar na jornada de projetos de marketing social. A primeira iniciativa foi realizada em 2020, em parceria com a ONG Gerando Falcões de São Paulo.
O diretor de Recursos Humanos, Glédison Sarache, conta que o projeto da ONG veio ao encontro dos valores da empresa, sendo a paixão pela educação um dos pilares. “Doamos materiais didáticos que são utilizados pela Falcons University, universidade responsável pela formação dos líderes sociais que atuam em comunidades de todo o Brasil. Esses líderes se capacitam para prestar atendimento a crianças e jovens que farão das favelas lugares melhores para viver”, explica.
A empresa também desenvolve projetos com base na agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). A ideia é que o marketing social tenha significativo impacto na comunidade global e, para isso, as ações visam a atender os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “O investimento até o momento foi de quase R$ 1 milhão em doação de materiais didáticos, como videoaulas, jogos educativos e outros recursos pedagógicos que contribuem para o aprendizado”, informa Sarache.
Na avaliação do gestor, o principal benefício da doação de materiais é contribuir com a transformação social e digital. “Os colaboradores envolvidos nas produções demonstram estar felizes em participar de ações sociais. Estamos realmente engajados em oferecer à comunidade aquilo que estiver ao nosso alcance para tornar o mundo um lugar melhor”, completa.
Responsabilidade
“Nos surpreendemos ao perceber que estávamos no caminho certo, afinal dos 17 ODS, praticamos 11 de forma intuitiva”, diz Sandra Cantagalli, da Crivialli Brasil
Na fábrica de produtos de higiene e limpeza, Crivialli Brasil o cumprimento de normas, leis, regulamentações e a responsabilidade socioambiental são praticados desde a fundação da empresa, em 1997. Tanto que a diretora industrial Sandra Cantagalli conta que em 2005 a empresa começou a trabalhar com a sistemática do ISO 9000, e em 2008 fazia a destinação final correta dos resíduos sólidos, com tratamento de efluentes e separação de resíduos na fonte geradora. “Também implementamos ações sociais destinadas aos colaboradores, como treinamentos, avaliação de desempenho, assistência jurídica e acesso a exames, consultas e remédios. Só com plano de saúde e alimentação a empresa investe R$ 70 mil por mês”, acrescenta.
Anualmente, a fábrica doa material escolar completo para os filhos dos colaboradores, entre outras ações destinadas à qualidade de vida. “Com essas práticas, os profissionais se sentem seguros e apoiados, fortalecendo o sentimento de pertencimento. Isso gera estabilidade e melhora a reputação da empresa”, garante Sandra ao citar que, durante a pandemia, a empresa também começou a promover ações solidárias para a comunidade local.
A Crivialli Brasil promove ainda o desenvolvimento sustentável, participando de ações da Rede Brasil Pacto Global. Após conhecer os ODS, no Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), e aprofundar os conhecimentos por meio da ACIM, a empresa transformou iniciativas próprias em projetos, que passaram a ser feitos de forma profissional, com atividades distribuídas para equipes de todos os setores, dos gerentes aos auxiliares. “Nos surpreendemos ao perceber que estávamos no caminho certo, afinal dos 17 ODS, praticamos 11 de forma intuitiva”, comemora.
Socioambiental
Camila Lujan Pratinha Gnoatto, da Prat´s: “nossa história vai além do suco que produzimos, porque envolve pessoas, famílias e o sentimento de que podemos fazer a diferença”
Na produção industrial da Prat’s, empresa de sucos naturais que nasceu há dez anos em Maringá e conta com 340 colaboradores só na fábrica, a sustentabilidade é palavra de ordem. Só que além dos projetos para as fazendas produtoras de laranja e para a distribuição de sementes em diversas cidades do Brasil, há quatro anos a empresa começou a desenvolver ações sociais.
De acordo com a diretora de Marketing e Social, Camila Lujan Pratinha Gnoatto, o trabalho social é feito em parceria com instituições e projetos locais, e até com programas nacionais envolvendo distribuidores. “São aulas de tênis para crianças, formação musical infantojuvenil e projetos de arrecadação de livros, alimentos, agasalhos e brinquedos”, cita.
Camila conta que todos os anos o setor responsável pelos projetos, o Prat´s Social, reúne a equipe para avaliar os projetos que chegam à empresa para planejar ações que responderão às necessidades de alguma comunidade. “Nossas causas sempre abrangem o desenvolvimento sustentável e vão ao encontro dos valores e missão da empresa. Também estamos em constante busca por melhorias, o que inclui estudos voltados aos impactos de nossas ações junto à comunidade”, detalha Camila.
O objetivo do trabalho, segundo a diretora, é difundir por meio de boas práticas valores de integridade, transparência e comprometimento. “Nossa história vai além do suco que produzimos, porque envolve pessoas, famílias e o sentimento de que podemos fazer a diferença. Por isso, a ideia é que os projetos socioambientais estejam alinhados à marca, gerando um impacto positivo na comunidade”, afirma Camila.
Instituto ACIM aprova projetos esportivos de renúncia fiscal
Nádia Felippe, do Instituto ACIM: empresas podem apoiar projetos de futebol e tênis voltados para crianças e adolescentes
O Instituto ACIM lançou dois projetos de renúncia fiscal para incentivar crianças e adolescentes a praticar futebol de campo e tênis. As iniciativas estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), e reforçam o ODS 3, que trata de saúde e bem-estar.
De acordo com a presidente do instituto, Nádia Felippe, o projeto ‘Formando Campeões: Futebol para Todos’ disponibiliza 90 vagas e as aulas serão iniciadas ainda neste ano em um bairro que tenha unidade do projeto Meu Campinho. A ação terá duração de nove meses e será desenvolvida pelo Maringá Futebol Clube, contará com o apoio da Secretaria Municipal dos Esportes, além do patrocínio da Fertipar Sudeste, Cocamar, FA Maringá e Lightsweet. “Para este trabalho ainda estamos captando recursos por meio da renúncia fiscal”, acrescenta.
Já o projeto de tênis oferecerá 48 vagas e três aulas por semana para crianças e adolescentes. A captação por renúncia fiscal também está disponível, e o Instituto ACIM ainda trabalha na atração de patrocinadores. “Nosso objetivo é ter uma escolinha de tênis com viés social e integrativo”, planeja Nádia.
As empresas podem apoiar os projetos por meio da Lei de Incentivo ao Esporte, que permite a destinação do imposto de renda. Basta efetuar uma doação para a conta de captação de recursos e a coordenação emitirá o recibo de mecenato.
Vale ressaltar que o Instituto ACIM cumpre o papel de responsabilidade social e ambiental da Associação Comercial e incentiva as empresas a fazer o mesmo. Entre os objetivos do instituto estão elaborar projetos, assessorar empresas na área de projetos socioambientais, incentivar a contribuição à responsabilidade social por meio de renúncia fiscal e a capacitação/certificação de empresas sustentáveis. Mais informações pelo e-mail gestao@institutoacim.org.br ou WhatsApp (44) 99977-1376 e (44) 99739-9515.