Se não bastassem os impactos do coronavírus na saúde e na economia, os brasileiros foram surpreendidos com a notícia do aumento expressivo do fundo eleitoral: R$ 5,7 bilhões. São quase três vezes mais que o valor das eleições de 2020, orçado em R$ 2 bilhões. O valor consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022, aprovada pelo Congresso Nacional. Claramente, um descompasso com a realidade brasileira.
Não à toa, o aumento exponencial do fundo partidário teve repercussão negativa, ainda mais quando milhares de brasileiros convivem com o desemprego e aguardam a efetiva retomada econômica. Pelos cálculos do Instituto Brasileiro de Geografia e Pesquisa (IBGE), divulgados em junho, 14,8 milhões de pessoas estão em busca de recolocação no mercado de trabalho.
Por outro lado, há esperança de dias melhores. Depois de um 2020 em que a economia do país amargou queda de 4,1%, a alta de 1,2% no primeiro trimestre de 2021, na comparação com os três meses anteriores, surpreendeu e trouxe ânimo. Tanto que as instituições financeiras revisaram suas projeções de crescimento do PIB.
A expectativa é de um período de forte crescimento pós-pandemia. O cenário tem sido aguardado por empresários de todos os portes e cantos do país, depois de conviverem com incertezas, virem o faturamento despencar e fazerem dívidas para manter o negócio. Espera-se que os debates político-partidários encontrem sinergia e reverberem em prol dos interesses dos brasileiros, estabelecendo projetos prioritários que tragam mais agilidade para reduzir a pesada carga burocrática e tributária. Um claro exemplo bem-sucedido, em meio às incertezas, é a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica (da Lei nº 13.874/2019), que traz garantias e estimula o livre mercado.
Hoje podemos dizer que o cenário é positivo em relação ao complexo ano que passou. A vacinação avança no país, e em julho metade dos municípios brasileiros ficou uma semana sem registrar mortes por coronavírus. O avanço da imunização traz alento e esperança de dias melhores, mas isso não significa extrapolar os gastos públicos nem com o fundo eleitoral. Pelo contrário, é hora de apertar o cinto e reduzir despesas. A economia e os brasileiros agradecem.