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Volta aos escritórios mistura trabalho remoto e presencial

Volta aos escritórios mistura trabalho remoto e presencial

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No pós-pandemia, empresas fazem adaptações para assegurar o bem-estar dos trabalhadores e a continuidade dos processos

Após os decretos municipais que determinaram o fechamento de empresas de setores não essenciais em Maringá, no início da pandemia da Covid-19, a Turbo Ideias Potentes passou a operar totalmente em home office. Saída para boa parte das empresas no mundo, segundo pesquisa Hibou/Indico, esse formato alcançou seis em cada dez brasileiros, em março. Agora, em algumas regiões, o retorno ao presencial acontece, aos poucos, com medidas de segurança sanitária. 

Na Turbo, os colaboradores só voltaram a trabalhar in loco, com exceção de dois que são do grupo de risco para a doença, quando as regras foram flexibilizadas. Mas o atual cenário era impensável há poucos meses. Segundo o gestor de negócios, Walter Korneiczuk, agora há higienização constante de equipamentos, oferta de álcool em gel, uso de máscaras, tapetes com solução esterilizadora, janelas abertas o tempo todo e distanciamento entre os colaboradores. O expediente é de segunda a sexta- feira, conforme decreto.

“A sala onde fica a empresa tem capacidade para 20 pessoas, então conseguimos manter uma distância segura entre as mesas, já que dos 12, estamos em dez. Além disso, ficamos em um prédio comercial que adotou critérios para a circulação de pessoas”, comenta. 

Segundo o gestor, a volta era aguardada porque a presença favorece o trabalho de criação. “No home office, com as chamadas por vídeo, não existe a mesma fluidez de ideias como pessoalmente. No nosso caso, o presencial traz ganhos, como mais rapidez para resolver problemas e facilidade de interpretação para a construção de projetos.” 

Dos 12 colaboradores da Turbo Ideias Potentes, dez estão trabalhando no escritório, que fica o tempo todo com as janelas abertas -Walter Korneiczuk

Mesmo com o retorno dos colaboradores, as chamadas em vídeo continuam indispensáveis, sendo a principal forma de contato com os clientes. Korneiczuk conta que desde o início da pandemia visitou apenas dois deles e as viagens para clientes de outros municípios estão suspensas. 

Embora os negócios continuem sendo fechados pela internet, a expectativa é pela retomada das visitas. “O número de calls consome mais tempo das pessoas. Isso tem nos ajudado a perceber o valor do tempo, por isso, no futuro próximo seremos mais pragmáticos. Mas falta o contato físico, a informalidade de um café, que tornam as negociações mais leves”, analisa Korneiczuk.


SERVIÇO ESSENCIAL

Na Copel, circulares internas determinaram o afastamento da equipe administrativa e do grupo de risco assim que a pandemia teve início. Também houve flexibilização das atividades dos empregados que tiveram dificuldades para executar as tarefas remotamente. Para esse grupo, a volta ao trabalho presencial ainda não está nos planos, mas deve ocorrer assim que os índices da doença se estabilizarem e respeitando medidas de proteção. 

“Disponibilizamos notebooks para quem precisou e temos um sistema que permite o acesso aos computadores da Copel a partir dos equipamentos de casa”, diz o gerente do departamento de serviços no Noroeste, Ricardo Carvalho. De acordo com ele, mesmo a distância os atendimentos estão sendo realizados nos prazos determinados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Os escritórios no complexo da companhia em Maringá só não estão completamente vazios por conta de gestores que precisam trabalhar presencialmente. Bem como demais empregados que passam eventualmente pela empresa, eles são submetidos à medição de temperatura na entrada e usam máscaras. Como em outras empresas, lá as janelas permanecem abertas durante o expediente, há álcool em gel à disposição e tapetes sanitizantes. 

Na região de Maringá, entre administrativos e equipes de campo, são cerca de cem funcionários, sendo que somente as equipes de campo, por exemplo os eletricistas que ajudam a garantir a distribuição de energia, continuam atendendo normalmente. Para eles, há reforço sobre a necessidade de uso de máscaras e de álcool em gel, que ficam dispostos nos veículos. Do quadro da companhia no Paraná, 70% está em home office. 

“O pessoal da linha de frente, que presta o primeiro atendimento, não teve mudança de horário, porque o serviço é essencial”, explica Carvalho. “E para o grupo de técnicos que precisam prestar assistência presencial, a carga foi reduzida para seis horas diárias, a fim de reduzir a exposição”, conta. Ele acrescenta que caso um empregado de qualquer setor apresente sintomas da Covid-19, é orientado a se afastar imediatamente por 14 dias, sem a necessidade de apresentar atestado e sem ônus.


TELETRABALHO POR MAIS TEMPO

A Cooper Card também mantém a maior parte do quadro – 95% dos 300 colaboradores – trabalhando de casa. “O trabalho remoto tem funcionado bem e entendemos que ainda não é hora de voltar. Isso só será feito quando tivermos total segurança de que todos estarão protegidos”, diz a head de Desenvolvimento Organizacional da Cooper Card, Keity Novais. 

Sem previsão de retorno, para melhorar as condições de quem está em home office a empresa disponibilizou cadeiras ergonômicas, fones específicos para o atendimento e outros equipamentos. Já como forma de apoiar o autocuidado, ofereceu máscaras e contratou assessoria médica. “O colaborador pode acionar o médico ou o departamento de Recursos Humanos para que faça o contato com a assessoria médica, que foi contratada para ajudar a entender os sintomas e, se preciso, encaminhar para serviços de saúde”, explica Keity. 

Para resguardar os profissionais que precisam trabalhar na empresa, o ar-condicionado deu vez à ventilação natural, displays de álcool em gel foram instalados nos corredores e os locais com circulação de pessoas passaram a receber reforço na esterilização. Como a empresa fica em um espaço de quatro andares, com o número reduzido de funcionários não há dificuldade para respeitar o distanciamento social. 

“Também cuidamos diariamente para que os colaboradores que necessitam estar presencialmente respeitem as medidas de prevenção e segurança, como usar máscara”, frisa Keity. 

De acordo com a profissional, o trabalho remoto surpreendeu positivamente, mas os colaboradores sentem falta da presença física. Ela projeta que as empresas tendam a implementar no futuro um modelo híbrido, com as equipes se dividindo entre empresa e home office. “As pessoas estão trabalhando com comprometimento e temos um trabalho para acompanhar gestores e colaboradores. Mas as pessoas sentem falta de olhar, interagir e abraçar”, pondera.

HUMANIZE A GESTÃO

O trabalho remoto e o retorno ao modelo presencial exigem, no atual contexto, a criação de canais acessíveis e comunicação facilitada com os funcionários. Aposte em:

Capacitação de gestores de RH

Eles são os responsáveis por criar um ambiente favorável à produtividade e ao bom desempenho dos colaboradores

Estímulo à cooperação

Ofereça atividades que estimulem o trabalho em equipe e que possam ser realizados a distância

Transparência

A transparência gera confiança, o que resulta em maior comprometimento dos colaboradores em se esforçar em momentos turbulentos

Remuneração justa

Garanta salários compatíveis com o mercado e as atividades. Além disso, recompensas financeiras são estratégias importantes para o reconhecimento profissional

Exemplo

O líder deve estar sempre à disposição, orientando e esclarecendo dúvidas. Em caso de trabalho remoto, deve estar acessível por canais diversos aos colaboradores

Fonte: Sebrae