Artigos

Pequenos malls: conveniência e convivência

Pequenos malls: conveniência e convivência

370
visualizações
O BE Garden terá 18 comércios para moradores e entorno, conta o CEO Evandro Rodrigues da Silva 

Cabem em qualquer tipo de empreendimento e são pontos de encontro e de compras para visitantes, moradores, funcionários de empresas que os abrigam e do entorno. Estes são os strip malls ou open malls, que podem ter disposições diferentes, mas que, na prática, são pequenos shoppings com o objetivo de promover a convivência e de agilizar a vida das pessoas. 

Em Maringá, o BE Garden, empreendimento de studios de alto padrão com 264 unidades e expectativa de abrigar 500 pessoas, terá na parte frontal um centro de comércios para facilitar as necessidades do dia a dia – além das já existentes no prédio, como as “extensões” das moradias, com piscina na cobertura, academia, lavanderia e paisagismo.

A intenção é que o centro de lojas possua restaurante, cafeteria, salão de beleza, clínica para pets, farmácia e pequenos mercados, entre outros. Estão abertas parcerias para 18 comércios na parte térrea, além de cinco salas (conjuntos) e, na parte superior, restaurantes, num total de 2 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL). “A ideia é que não apenas os moradores, mas a região use o espaço. Será um novo organismo que não tem barreiras, aberto para que qualquer pessoa possa transitar e consumir. O mall oferecerá sombra para o trânsito de pedestres, que poderão evitar uma volta à quadra para alcançar o outro lado do espaço. Esse movimento será mais um recurso de segurança”, conta Evandro Rodrigues da Silva, CEO da BE A Moradia do Futuro, que é a incorporadora do BE Garden. 

Além da concentração de pessoas, outra vantagem para quem ocupar os espaços será aproveitar as certificações conferidas ao empreendimento, a exemplo da WELL nível Ouro, concedida por uma das principais certificadoras de qualidade de vida e de bem-estar, a International WELL Building Institute – dentro do residencial, a cada 30 metros haverá pontos para tomar água, 10% a mais de espaço comum em relação a empreendimentos de porte parecido, renovação de ar dentro das unidades a cada 13 minutos e a cada 18 minutos nas áreas comuns, entre outros atributos. 

Apelo aos investidores imobiliários, o mall foi projetado para o empreendimento de olho não só nos moradores, mas em inquilinos de locação rápida, como estudantes, turistas de negócios e pessoas que vêm a Maringá para tratamento de saúde. E tudo, incluindo as fachadas das lojas, está em consonância com o entorno do residencial. Com 30% da obra realizada, a entrega está prevista para o início de 2026. 

Complexo de saúde

No complexo de 237 consultórios e hospital do Unique Medical Center haverá lojas e quiosques, diz Antônio Fiel Cruz Júnior: “temos recebido muita procura de empreendedores”

Outro open mall que passará a integrar a vida urbana e facilitada em Maringá ficará no Unique Medical Center, na avenida Joaquim Duarte Moleirinho. O prédio de 30 andares terá 237 consultórios de alto padrão, quase todos negociados, hospital moderno de alta complexidade, centro de diagnóstico e laboratórios, além de 20 lojas, três quiosques e dois subsolos de estacionamento, favorecendo e agilizando o atendimento aos pacientes, familiares, profissionais que trabalharão no local e quem mais transitar por lá.

No empreendimento, inspirado em modelos de São Paulo e Rio de Janeiro, as lojas ficarão nas duas pontas: uma parte na área de consultórios, que deve começar a operar neste semestre, e a outra no hospital, previsto para dois ou três anos. “Na torre dos consultórios, as lojas estão sendo negociadas. Bastará a montagem de acabamentos, de móveis e outros detalhes para que possam começar a atender”, diz o sócio e diretor-técnico médico do complexo de saúde, Antônio Fiel Cruz Júnior. 

Entre os nichos que deverão ser contemplados estão chocolaterias, docerias, fast-foods, self-services, farmácias convencionais e de manipulação, floricultura, operadora de celular, caixas 24 horas, salão de beleza, sorveterias, copiadoras e impressões rápidas, cosméticos etc. A ABL é de 2 mil metros quadrados. “A expectativa é boa. Temos recebido muita procura de empreendedores para essas lojas.” 

A parceria com a operadora do estacionamento, que terá 600 vagas nos dois andares subterrâneos, já está fechada. Além do mall, o empreendimento conta com três andares que ligam o prédio dos consultórios ao futuro hospital, onde há a possibilidade de funcionar, além de laboratório de análises clínicas e centro de diagnósticos por imagem, uma academia ou centro de reabilitação. 

 

Mão na roda


“É uma tendência forte fazermos compras em locais próximos de casa, isto é, a vida em e na comunidade”, diz a consultora em varejo Cláudia Michiura

Segundo a consultora em varejo Cláudia Michiura, os conceitos mais conhecidos de pequenos malls vêm dos Estados Unidos, onde milhares de empreendimentos contam com faixas de lojas em áreas abertas, justificando os termos strip malls e open malls. São pontos de encontro para moradores, visitantes e funcionários das empresas da zona primária, com o objetivo maior de ser espaço de conveniência, onde há produtos e serviços que são uma “mão na roda” para as pessoas.

Os strip malls podem ser no térreo de empreendimentos comerciais, residenciais ou construídos independentes de torres anexas em terrenos no centro de bairros. Normalmente, possuem em torno de 2,5 mil metros quadrados de ABL projetados para fazer a integração da comunidade local e das zonas primárias e secundárias. “A praticidade é a maior vantagem, porque o consumidor consegue realizar suas atividades sem precisar se deslocar. É uma tendência forte fazermos nossas compras em locais próximos de casa, isto é, a vida em e na comunidade. Por este motivo, o principal critério para o projeto de strip mall é a localização.”

Segundo Cláudia, como são considerados centros de convivência e de conveniência, o ideal é que o mix de lojas seja, em maior proporção, de serviços e de alimentação. Além disso, a complementaridade entre as lojas é essencial, ajudando a criar sinergia e a estimular a interação entre os visitantes. Nesse sentido, o motivo central da procura por consultoria geralmente é a definição do tenant mix (mix de locatários). A etapa que precede essa estratégia inclui definir o perfil do consumidor, quem vai morar, quem vai circular, a densidade e o perfil da população que desfrutará do espaço. Por fim, vem o projeto arquitetônico. 

“No Brasil, esse modelo se desenvolveu e cresceu após a pandemia, com mais consumidores buscando facilidade nas compras, serviços e espaços abertos e menores. São altamente lucrativos para os empreendedores por terem custo de construção menor. O strip mall atende a uma demanda de consumo localmente, quando as pessoas não precisam se deslocar de carro ou, se necessário, que seja próximo”, comenta a consultora. Ela acrescenta que para os lojistas, entre as vantagens estão o custo total de ocupação, mais alto que em um ponto de rua, mas menor que em um shopping tradicional, e com os benefícios de um shopping, como conforto e segurança.

 

Minimercados 
‘particulares’ 




Conmarket tem 25 minimercados em condomínios e empresas, conta Bruno Ribeiro, que na foto está ao lado de Carlos Amorin, gerente

Mais do que produtos de conveniência, como snacks e bebidas, os minimercados que estão se popularizando dentro de condomínios têm produtos para suprir necessidades do dia a dia: arroz, feijão, embutidos, frios, leite, produtos de higiene pessoal e para a limpeza da casa... a lista é extensa. O modelo utiliza autoatendimento. 

É isso que uma empresa maringaense oferece. A Conmarket nasceu em 2020, buscou apoio de uma consultoria e acabou de virar franquia, como outras bandeiras que operam principalmente em São Paulo, que detém a maior concentração condominial do Brasil. Foi a primeira a nascer em Maringá e a instalar um minimercado em um condomínio residencial – para o condomínio o custo é zero, inclusive recebe reembolso da energia elétrica. 

A marca possui unidades residenciais e dentro de empresas. São 25 distribuídas entre Maringá, onde fica a matriz, em Londrina/PR, Itajaí/SC, Balneário Camboriú/SC, Itapema/SC e em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos – está em negociação para o condomínio Alphaville, em Barueri/SP. Além disso, a franquia conta com licenciados com previsão para começar a atuar em breve em Campinas/SP e em Passo Fundo/RS. “Cada franqueado começará com cinco lojas. A previsão é fechar 2024 com cem lojas com a nossa bandeira”, diz o cofundador da empresa, Bruno Ribeiro. 

Como diferencial, Ribeiro afirma que a marca entrega preços próximos aos do varejo tradicional, além de centenas de produtos – o objetivo é alcançar mais de 500 tipos. O tíquete médio tem sido de cerca de R$ 400 por mês por família. Diante do consumo, o reabastecimento acontece quatro vezes na semana e os cinco funcionários têm trabalhado em escalas de 12 por 36 horas para suprir a demanda. “É uma operação superenxuta. Temos crescido em média 28% ao ano, acima da nossa expectativa, que era 18%.”

Das prateleiras à tecnologia utilizada no autoatendimento, tudo é desenvolvido pela empresa, já que Ribeiro traz na bagagem, além da experiência de síndico, a de programador. “É meu quinto empreendimento. Minha esposa, sócia, também traz quinze anos de experiência em banco público, emprego do qual abriu mão para se dedicar ao negócio. Apostamos tudo e tem dado certo”, comemora.