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As transformações do varejo

As transformações do varejo

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Há mais de cem anos, em janeiro os olhos e atenções de varejistas se voltam para a Retail´s Big Show, a maior feira de varejo do mundo que acontece em Nova York. São 38 mil visitantes de cem países em busca de tendências e novidades, discussões sobre comportamento de consumo e para assistir as palestras de presidentes e altos executivos das maiores empresas mundiais, como Walmart, Fedex e PepsiCo.

A convite do Sebrae Paraná, participei pelo segundo ano consecutivo da feira realizada pela National Retail Federation (NRF). É uma lição de aprendizados que podem ser aplicados inclusive pelos pequenos negócios. Ainda que algumas tendências exijam investimentos e profissionais altamente especializados, outras estão ao alcance de empresas de todos os portes. Compartilho algumas tendências que impactarão ou estão em curso no varejo:

- oferecer experiência de compra no varejo online, com simplificação das operações

- sustentabilidade e práticas de produção consciente 

- cadeia de abastecimento inteligente, conectando a jornada do cliente em todas as etapas  

- produtos funcionais e com design acessível

- humanização da marca e da experiência do cliente, mesmo com o uso de inteligência artificial

- empoderamento dos gerentes para agilizar a tomada de decisões

- acesso a dados em tempo real

- compromisso com os princípios e valores

- foco nos funcionários, já que eles ajudarão a proporcionar a melhor experiência do cliente

Assim como no ano passado, a inteligência artificial permeou a pauta do evento, só que há um consenso entre os especialistas de que o uso da tecnologia deve proporcionar o “atendimento humanizado”, afinal os consumidores não querem “conversar” com robôs que não solucionam os problemas ou interagem de forma “fria”.

Para os pequenos varejistas isso significa oferecer um atendimento “real”, personalizado e próximo. Também é possível comunicar os propósitos e valores da empresa para se aproximar dos consumidores, e isto as pequenas empresas podem fazer. Investir em uma equipe engajada e satisfeita com o trabalho, mesmo que enxuta, está ao alcance de empresas de todos os portes, como atestam os rankings de melhores empresas para trabalhar. 

Se no passado a discussão era se as lojas físicas acabariam, hoje os desafios são integrar os canais de venda (físico e online) sem barreiras na jornada de compra. 

Grandes marcas de moda, por exemplo, estão apostando na venda de seminovos dos próprios clientes, personalização de produtos no ponto de venda, entre outras formas que as aproximam do público e promovem a sustentabilidade, tudo devidamente comunicado como forma de mostrar os valores e propósitos. É um caminho possível para outras empresas.

Quer outros exemplos? O pequeno comércio pode atender de forma ágil e educada pelo WhatsApp, atender prontamente aos questionamentos pelas redes sociais, oferecer novidades, facilidades de pagamento, ter uma equipe engajada e receber fluxo extra de clientes ao fazer parcerias com negócios complementares ou da vizinhança. 

Os desafios estão lançados, mas terão sucesso as empresas que entenderem as mudanças do consumidor e adequarem o negócio para atendê-las. 

 

José Carlos Barbieri é presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM)