No Brasil menos de cem prédios têm certificação Leed Platinum, maior pontuação concedida pela U.S. Green Building Council a edifícios verdes. É este selo que a Sicredi Dexis vai pleitear para a nova sede, inaugurada em maio. Com mais de 20 mil metros quadrados divididos em duas torres, o prédio chama a atenção na região central de Maringá, onde está instalada a administração da cooperativa de crédito com atuação no Paraná e em São Paulo. Com 111 agências, a Dexis é a maior cooperativa do Sistema Sicredi.

Mais do que beleza, a obra que levou quatro anos para ser concluída é tecnológica e sustentável. Conta com estação meteorológica no topo dos seis andares para medir a incidência de sol e chuva para controlar a abertura e fechamento das persianas. O prédio tem sistema de automação para medir o consumo de energia elétrica, água, concentração de gás carbônico, iluminação, ar-condicionado e diversos equipamentos. O acesso aos ambientes se dá por controle facial.

Com projeto dos maringaenses Edson Yabiku, arquiteto que mora em Londres, e do irmão Wilson Yabiku, engenheiro, o prédio utiliza soluções tecnológicas, como painéis e películas fotovoltaicas na cobertura para captação de energia solar para reduzir o consumo de ar-condicionado e, consequentemente, de energia elétrica. De encontro à sustentabilidade, a sede privilegia iluminação natural, tem queda d’água para a redução do calor e telhado verde. Há, ainda, sistema de captação de água da chuva para atender toda a demanda de torneiras dos banheiros, irrigação e descargas de vasos sanitários. 

Nos subsolos há vagas exclusivas para caronas solidárias, bicicletário com vestiário para incentivar o uso de bicicletas e estação para carregamento de carro e patinete elétrico. No térreo e primeiro andar há espaços para uso dos associados da cooperativa e da comunidade, como auditório com mais de 300 lugares, coworking, espaço do conhecimento (semelhante a uma biblioteca) e local para exposição, que conta a história do cooperativismo e da Dexis, com visitação agendada e gratuita. Há ainda cafeteria e salão de beleza ofertados por empresas locais. 

O presidente Wellington Ferreira explica que o prédio reflete o futuro de uma instituição financeira. Isso porque, com a tecnologia e os aplicativos, não é necessário ir a uma agência para fazer transações financeiras, mas o prédio deve ser usado para relacionamento com os associados e conexões com a comunidade, por meio dos espaços gratuitos. Na agência que funciona lá não há circulação de dinheiro físico. “A obra teve início antes da pandemia, e mesmo diante de todas as mudanças nas relações de trabalho e de consumo, não fizemos nenhuma mudança no projeto, justamente porque é uma obra futurística”, conta.

No prédio onde trabalham 300 colaboradores há obras de arte e móveis assinados por designers brasileiros renomados, a exemplo de Sergio Rodrigues, Jorge Zalszupin, Estudiobola e Jader Almeida.  A execução foi da construtora Plaenge.