George Coelho, presidente do ICI: “por pouco não ficou recurso sem destinação. Atualmente, para novas captações, não teríamos número suficiente de projetos candidatos”
O Instituto Cultural Ingá (ICI), agência de fomento e incentivo à cultura e à criatividade, bateu recorde de captação de recursos em 2021, conforme balanço divulgado em assembleia realizada em abril deste ano. Foram captados R$ 3,13 milhões, valor acima do recorde anterior - de R$ 2,1 milhões - e da meta de R$ 2,5 milhões.
Segundo o presidente do ICI, George Coelho, o resultado histórico se deve ao trabalho de sensibilização junto a potenciais apoiadores e à conquista de novos parceiros. De acordo com ele, o bom desempenho econômico de empresas do agronegócio, que aportam recursos na cultura e estão entre os incentivadores do ICI, também contribuiu para o salto no valor captado. “Começamos 2021 ainda em pandemia. À medida que foram sendo liberadas as restrições de funcionamento das empresas e o retorno das atividades culturais, iniciamos as ações. Uma delas, que gerou movimentação importante no aporte de recursos, foi um jantar para contadores e a prospecção de empresas, em novembro do ano passado”, conta Coelho.
Mesmo com as medidas de combate à pandemia, que afetaram diretamente o setor de eventos, com as destinações, o ICI viabilizou nove projetos no ano passado, entre eles programas remotos de formação continuada com a participação de pessoas de várias localidades do Brasil, documentários e duas grandes apresentações. Também foram realizados cursos de elaboração de projetos e encontros com artistas e produtores.
Eventos como o jantar para contadores ajudam a difundir o trabalho do ICI e prospectar empresas
Novos projetos
Para este ano, o principal desafio tem sido estimular a proposição de projetos. Para isso, o ICI promoverá ações de capacitação para produtores e outros atores envolvidos, com a transformação da instituição em um birô criativo. Com serviços em consultoria e gestão de projetos, o ICI passará a operar também como uma aceleradora de ideias.
“Por pouco não ficou recurso sem destinação em 2021. Atualmente, para novas captações, não teríamos número suficiente de projetos candidatos. O objetivo será estimular os produtores locais para que enquadrem projetos na legislação de incentivo cultural e possam acionar os recursos”, explica Coelho.
Entre outros objetivos, o ICI buscará reaproximação com o governo federal, porque houve um distanciamento por causa da pandemia e da mudança de cadeiras no governo, o que gerou a extinção do Ministério da Cultura, incorporado ao Ministério do Turismo e da Agricultura. “Com novas pessoas e equipes, retomaremos o contato para uma relação sinérgica. Em anos anteriores, a proximidade ajudou a articular a liberação de processos que viabilizaram o desenvolvimento de projetos”, diz.
O planejamento para o ano objetiva ainda uma parceria com o Instituto ACIM, para captação na Lei de Incentivo ao Esporte, e a criação de uma campanha anual de destinação fiscal, inclusive para pessoas físicas. A meta de captação deste ano é de R$ 3,5 mi.