Maior programa do gênero da América Latina, o Empreender da ACIM tem 60 núcleos setoriais e multissetoriais e quase mil participantes. Acompanhados por consultores, os micro e pequenos empreendedores associados à ACIM participam de reuniões periódicas com empresários dos mesmos interesses, em núcleos. E os resultados comprovam que a união e a troca de experiências são positivas. Tanto que o programa completará, em novembro, 21 anos repleto de histórias de sucesso.
Para os empresários que não fazem parte, basta entrar com contato com a equipe da ACIM pelo 0800 600 9595. E se não houver um núcleo de determinado segmento, os consultores da ACIM ajudam a criar. E aqui fica um convite: venha conhecer este programa que é destacado internacionalmente.
A reportagem mostra núcleos que, unidos, estão superando os desafios da formação de mão de obra, atualização de conhecimentos e de transparência junto aos clientes.
Selo atesta ambiente controlado
A exigência dos clientes com a higienização dos salões de beleza e dos materiais usados pelos profissionais ficou ainda mais rigorosa com a pandemia. Diante das dúvidas sobre como oferecer mais segurança, otimizar o fluxo interno e atestar o ambiente controlado, proprietários de salões de beleza usaram uma fórmula que já conheciam - a união - e criaram um selo de biossegurança. O processo incluiu treinamento de três meses sobre cuidados com equipe e clientes, higienização de equipamentos e organização.
Depois de ministrar um curso, um agente aposentado da Vigilância Sanitária, contratado pelo grupo, prestou consultoria individual para os salões com orientações sobre procedimentos de segurança para o ambiente, equipe e clientes. Por fim, os estabelecimentos receberam um selo que atesta as boas práticas.
Dos 18 salões que integram o núcleo do Empreender, dez foram certificados no início de agosto como forma de validar a qualidade de seus negócios e a garantia de mais segurança aos clientes.
Um desses estabelecimentos é o Salão Dubai, de Rhayd Galli. “Depois da consultoria, reorganizamos os espaços, eliminamos materiais não utilizados, como carrinhos auxiliares, e ensinamos como encontrar os cadastros dos produtos na Anvisa pelos rótulos”, comenta Galli.
O treinamento deve continuar nos próximos anos. Quem possui o selo poderá participar das próximas edições para aprimorar processos. Para isso, anualmente o selo mudará de cor, para que os clientes possam acompanhar o desempenho das empresas e cobrar avaliações atualizadas sobre a qualidade do serviço.
“Além de unir os profissionais de beleza, o núcleo tem levado informações sobre segurança tanto para os profissionais quanto clientes”, afirma o empresário.
Aperfeiçoamento
Diante do grau elevado de especialização para consertos de veículos e da dificuldade de fazer a gestão de uma oficina, os empresários que integram o Núcleo Setorial Automotivo decidiram que a melhor forma de superar as dificuldades era correr atrás de conhecimento, e unidos.
Ângelo Martins Junior, da Automecânica Maestro
Assim o diga Ângelo Martins Junior, da Automecânica Maestro. Ele conta que desde a criação do núcleo em 2000, o primeiro da ACIM, o mercado mudou bastante. “Os veículos tiveram evolução tecnológica, que exige do profissional estudo e utilização de aparelhos específicos para diagnóstico de falhas e ajustes. Por isso, está difícil contratar profissionais com esse perfil. Se antes podíamos contratar jovens com 15 anos, hoje não é possível nem contratar estagiário por causa da periculosidade do trabalho. Isso dificulta encontrar mão de obra especializada”, detalha.
Para ajudar a superar isso, o núcleo oferece anualmente curso básico de mecânica aberto à comunidade. “Essa capacitação pode atrair profissionais de outros setores, como a construção civil”. O grupo também investe no aprimoramento. “Se tenho um funcionário com pouca experiência, preciso treiná-lo”, pontua.
A falta de mão de obra é uma constante, tanto que é a principal reclamação apontada pelos integrantes em pesquisas feitas para direcionar o trabalho do grupo que se reúne quinzenalmente. E pelo menos uma reunião por mês acontece na oficina de um dos membros para incentivar a interação e a troca de experiências.
Para aumentar o grau de especialização das equipes, já foram feitas capacitações sobre caminhonetes a diesel, câmbio e injeção eletrônica, algumas ministradas pelos próprios membros do núcleo e outras por especialistas. A gestão das oficinas também pautou cursos e o grupo fez viagens técnicas e promoções nas redes sociais.
Padronização de processos
A gestão de processos de rotina e financeira tem sido uma das pautas do trabalho do núcleo dos Corretores de Seguros. Como o corretor precisa elaborar a proposta de seguro para o cliente e depois encaminhar o documento para a seguradora emitir a apólice, torna-se importante o constante aprimoramento juntamente à equipe de apoio. “O corretor é por natureza consultor e vendedor na mediação entre o cliente e a seguradora ao oferecer uma proteção financeira adequada. As necessidades vão desde seguros para bens patrimoniais, pessoais, previdenciários, obrigações contratuais em geral e cibernéticos”, explica Ricardo Vieira Ausek, da RPS Administradora e Corretora de Seguros, com 30 anos de existência e operando todas as modalidades de seguros.
Ricardo Vieira Ausek, da RPS Administradora e Corretora de Seguros
O núcleo do qual Ausek faz parte há 12 anos ajudou a criar um padrão de trabalho para as empresas do grupo do Empreender, por meio da troca de experiências, atividades de capacitação e ações comerciais conjuntas. Isso propiciou um relacionamento estreito, de respeito e alinhamento na padronização de processos e serviços.
As empresas corretoras investem em conhecimentos sobre abordagem e elaboração de propostas com foco nas necessidades dos clientes. No âmbito do conhecimento e aprimoramento pessoal foram diversas atividades. “Uma palestra que marcou foi sobre gestão do tempo. Não temos horários definidos, trabalhamos muitas vezes em conformidade com as necessidades dos clientes e segurados. Portanto, gerenciar e utilizar o tempo fazem toda a diferença na qualidade de vida”, relata.
Com encontros quinzenais, o grupo tem trabalhado ainda a formação de mão de obra. Devido às necessidades dos funcionários das empresas, principalmente no que se refere ao conhecimento das ferramentas utilizadas em home office, estão sendo planejadas capacitações. Ausek conta que isso foi percebido graças à elaboração de um formulário respondido pelos funcionários das empresas, com apontamentos sobre pontos fortes, fracos e sugestões para eventuais aprimoramentos.
Crescimento em conjunto
Proprietário da Inove Ferramentaria, que oferece serviços de manutenção e fabricação de moldes para injeção de plástico, Rodrigo Teodoro Pardinho troca experiências com os ‘concorrentes’ e empresas de atividades relacionadas. Nas reuniões do Núcleo de Transformadores de Plástico, o grupo fala sobre fornecedores, padronização de processos e dificuldades típicas do setor. Sentados à mesma mesa ou em reuniões online, é possível crescer com as empresas do segmento.
Rodrigo Teodoro Pardinho, da Inove Ferramentaria
Convidado por outro participante, Pardinho está há quatro anos no grupo e já participou de diversas capacitações, como apresentação sobre marketing, prospecção de clientes, gestão e finanças. “Os encontros nos capacitam enquanto gestores, ajudam a formar equipes e há também indicação de contatos. Podemos contar com o associativismo”, comenta.
Ele também destaca as parcerias com o Sebrae e o Senai que possibilitam treinamentos e consultorias, contribuindo para a formação de mão de obra do setor. Entre essas capacitações uma marcante ensinou sobre organização, produção e definição de cargos e salários.
Desde que entrou no grupo, Pardinho tem registrado aumento no faturamento. Otimista com os negócios, ele vai mudar a empresa para novo endereço em fevereiro do ano que vem, com 600 metros quadrados.